terça-feira, 27 de outubro de 2009

Abandonei-o

Estava tão quentinho ali. Sentada, neste lugar, poderia ficar para sempre. No meu quintal, nunca havia percebido tamanha beleza. Mathew havia se mostrado um grande cozinheiro, e seu chocolate quente era uma delícia. Agora, sentada do seu lado, enquanto ele contava histórias de terror, que eu percebia como aquele lugar era mágico. Ou parecia ser, quando eu estava com ele. Ao nosso redor, surgiam mais e mais vaga-lumes. Suas bundinhas verdes dançavam, era um pouco hilário.
Na manhã seguinte, quando acordei, o Sol estava nascendo, era ainda madrugada, mas me senti como se eu tivesse dormido o melhor sono do mundo. Olhei para o meu lado. Ele estava dormindo com a boca aberta, no que se parecia um sorriso. Uma pena. Ele não merecia esse fim.
Fiz o café, bebi um gole, e guardei o resto na garrafa térmica, um pouco suja do chocolate quente da noite anterior. Peguei o bilhete à muito escrito, e deixei ao lado. senti uma pequena gota quente me escorrer pela bochecha. Agora me sentia culpada. Disse para mim mesma "não olhe para trás"- foi inútil. olhei, e vi que ele estava acordando. Ainda estava um pouco cego pela luz, eu tinha que correr.
Teria de partir em uma hora. eu não conseguiria me despedir. E o deixei lá, sem saber como ele iria aceitar as minhas palavras temidas e borradas, muito rasuradas, procurando saber as palavras certas para dizer. Ele dizia preferir se matar a viver sem mim. Logo por quem iria se matar. Comecei a correr desesperadamente a chorar, o que causou espanto em várias pessosa que perguntavam se podiam ajudar. Mas eu só queria escapar desse sentimento. Do pensamento de que jamais iria vê-lo de novo. Nunca.

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