terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Contando

Era como se eu carregasse o mundo inteiro nas minhas costas e que toda a tristeza do mundo estivesse dentro do meu coração. Eu não agüentava mais. Parecia que tudo o que eu prometia era da mais cruel hipocrisia, e diariamente eu me sentia culpada. Os piores momentos eram as noites. Ao deitar parecia que o aperto no meu coração crescia e me consumia, um desespero mortal me arrasava. E eu caia no mais profundo choro, até que não houvesse lágrimas a escorrerem por meu rosto. Ai eu pensava em como eu pareceria de manhã. Com os olhos inchados e vermelhos. Todos perguntariam. E eu teria que mentir ainda mais. “é que eu não consegui dormir ontem...” era sempre a minha resposta. Era a mais verdadeira que eu podia dar. Eu não tenho conseguido dormir bem esses dias. Só de pensar que eu nunca mais verei as pessoas de novo... meus amigos... eu não consigo me imaginar longe deles. Eles são as únicas coisas que me alegram. Realmente, sou viciada neles. Quando estou com eles todos os problemas se resumem para dar lugar ao êxtase-sim, essa é a palavra adequada- que sinto ao ficar com eles. E quando eles se vão... o buraco em meu peito parece triplicar, me fazendo precisar de cada vez mais tempo com eles para preenche-lo.

Eles são um tipo único, aquele com os quais você pode falar besteiras pornográficas sem precisar pensar no que eles pensarão sobre você. Você pode se achar sem que eles fiquem chateados. Você pode chorar sem que eles fiquem pensando que você é um bebezão. E que você sabe que, se preciso, eles chorarão com você. Aí eu imagino. Será que existem mais deles por aí? Será que eu vou vê-los de novo? Será que será a mesma coisa? E a resposta mais obvia para todas elas na minha cabeça é NÃO.

Eu não encontrarei um NERD tão relax como ele. E que é um galinha. E que fala besteiras sem se preocupar. Que se acha O DISPUTADO. E que tem um irmão lindo. Com quem eu converso até as três da manhã. O PADAWAN.

Eu não encontrarei uma irmã gêmea alien siamesa. Uma NERDA YODA. Que soube falar inglês do nada. Uma genia. Com quem eu posso falar de qualquer coisa. Aquela que tem muito segredos. Aquela que você se espelha, mas ao mesmo tempo quer ser melhor, ainda sim você consegue ficar ultra feliz quando ela consegue, o que acontece diriamente, te deixar no chinelo. Aquela que me considera parte da família. Aquela com a qual eu fugia do inglês para comprar halls. Aquela viciada em séries. Aquela com quem você soube que seria amizade a primeira vista. Aquela que Fo atacado por um cão homicida.

Eu nunca vou achar uma menina tão louca e tão controversa como essa. Eu nunca vou encontrar alguém tão preguiçoso mais que ainda sim topa fazer um vídeo a qualquer momento, sobre qualquer coisa. Que tope fazer tudo. Toda a hora. Não irei encontrar ninguém obcecado por respostas imediatas no MSN. Não irei encontrar alguém que ria tano assim. Alguém cujo eu irei cantar loucamente SPEED OF SOUND dançando que nem uma garça enquanto a gente grava. Alguém cuja mãe eu já vi de sutiã. Alguém que compra uma camisinha de banana e um depilador para um menino.

Eu não irei encontrar melhor escritora, melhor assaltante de banco, melhor amiga de infância, menina que se subestima mais do que essa. Uma menina que não vê a própria sorte. Uma menina tão estilosa e com bom gosto como ela. Alguém que mudou muito rápido. Amadureceu. Passou de fã obcecada e inconformada de HARRY POTTER que passou a querer um amor maior na vida. E alguém que eu amo tanto.

Eu não vou encontrar uma menina tão POIA assim. Que ri de coisas que ela nem sabe o que significa, que te entende. Que tem um cachorro com tendência homicida. Sinceramente, ela esconde muito quem ela é. Ela parece ser quietinha na dela, mas ela é uma SAFADÉNHA. Ela tem uma mãe que ama bombeiros sarados. O que mais eu posso dizer dessa alemã? Eu amo ela.

Eu não vou encontrar alguém que consiga quebrar uma barreira tão bem como ela. Ela que se uniu com a tropa inimiga. Aquela degrade. Aquela franga branquela. Aquela THÃ, THA, THÉ. O que quer dizer sons mongos com a língua. Aquela sua amiga linda e disputada. Ela mesma.

Aah, e tem aquela amiga que se acha gorda. E que fica com um menino que você disse “Não, você vai se arrepender” e ela vai lá e fica com ele e se arrepende amargamente. Aquela mega fã, aquela bem obcecada e louca, de crepúsculo. Principalmente por um ator que faz o vampiro apaixonado... aquela que enche o seu saco. Aquela que te convida toda hora para ir na casa dela. Aquela que liga toda hora. Essa mesma.

*

E o pior. Você escondeu desses amigos maravilhosos que você ia mudar de cidade. Você ouviu os planos deles para o futuro se fazer nada. Contra a sua vontade, tudo bem. Mais você deveria ter desobedecido às ordens superiores para que você não tivesse que fazer uma postagem idiota no seu blog idiota para dizer a eles que eles teriam que ver os seus planos desmoronarem. Você dizia. Daqui uma semana eu conto. Ou então. Eu não sei se vou. Mas você sabia. E há muito tempo. E aquilo te corroia. Muito.

Mas ai você vê a torre de planos para os anos seguintes aumentar, e você sabe que ela só vai crescer, tornando o tombo cada vez maior. Mas quando você olha para baixo, você perde a coragem de pular, e a torre só aumenta. Você tem que pular. Quem dera não tivesse. Quem dera aquele edifício não estivesse interditado pela prefeitura, e você não soube e ficou lá. Com o prédio podendo cair a qualquer momento. Quem dera você pudesse descer pelo elevador e olhar para o prédio e pensar. “Que trabalhão que deve ter dado, mas ficou bonito no final. Vamos construir mais uma, ano que vem?”. Quem dera...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Seres Murmurantes 5

Eles me fizeram ficar de frente para o espelho, sem me mover. E o pior, eu não conseguia me mexer. olhei o máximo que pude para os lados, e eu O vi. Era o mais jovem do grupo, e era o mais concentrado. Me voltei para o espelho, pensando o que aconteceria depois. As mãos que me apertavam no ombro se soltaram, e eu não sentia meus pés no chão. E tudo ao meu redor parecia desaparecer. Só que os murmúrios começaram. Mais agora era somente uma voz. E essa voz me dizia o que fazer. Esvaziei a minha mente e comecei a escutar:

" Agora, se te achas digna, conheces teu mestre que te guiará por toda a Eternidade, conheces, e, se te consideras, pense se tem a coragem de arcar com as conseqüências, pois, uma vez que és digna, nunca poderais deixa esta vida que escolheste. Seras do Clã dos Caçadores, no teu caso, talvez uma Mártir, e terás que caçar aqueles que servem ás forças malignas de Rhamesh, O Maligno-que teu obscuro reinado venha a cair. Saberás de coisas inimagináveis, e nunca poderá voltar atrás. Mas, se não te achas digna, nunca lembrará de tudo o que ocorreu aqui, e voltará a viver em teu mundo. "

"Eu tomarei a pílula vermelha " pensei sem lembrar que poderiam me ouvir.

"Tua escolha foi feita. Te achas digna. Não poderás voltar atrás. Jamais. Abandonará toda a vida mundana. Tens uma semana para o fazer. Nós te encontraremos."

"Mas..." Tarde de mais, estava deitada no meio da rua de novo.

"Mathew..."

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Explicando

Bom, eu escrevi a parte abaixo, para voces entenderem que os contos Abandonei-o e Seres Murmurantes são partes da mesma coisa.

domingo, 15 de novembro de 2009

Abandonei-o/ Seres Murmurantes

Eu não poderia envolve-lo nisso. acho que foi melhor eu o ter deixado lá. Eu iria me mudar. Por razões de trabalho. Essa é a questão. Eu sou uma caçadora.

Seres Murmurantes 4

Adentramos em uma sala mal iluminada, mas que parecia incomoda aos olhos dos seres.
Eu estava cautelosa, principalmente depois da conversa/troca-de-pensamentos bizarra que tivemos.
Projeto-de-Caçadora? Que diabos era isso?
Entramos em um pequeno elevador, e descemos um andar. Um dos seres esbranquiçados desceu e fez sinal para que o seguíssemos. Entrou em uma pequena lojinha. Chegou perto do senhor que estava no balcão e começou a falar uma língua estranha, mas que me parecia normal. O que els conversaram:

Ser: Precisamos da sala 157. Agora.

Senhor: Identificação.

Ser: Mártir número 15477236, esperando ordens do Lorde Maior, sobre uma possível candidata para a Corte da Profecia.

Senhor: Mais então é verdade. Ela é a mestiça que irá provocá-Lo? Eu esperava por essa instrução! Aqui está a chave!

Então ele virou e fez sinal para que o seguisse de novo.





*





A sala estava pronta, só esperando que nós, com a Candidata, entrássemos.
O espelho estava empoeirado, como o resto da sala. Nós seriamos um dos poucos que veríamos aquela sala. Ou um dos poucos que sairiam vivos.

sábado, 14 de novembro de 2009

Seres Murmurantes 3

Um. O mundo começou a girar.
Dois. Os seres se aproximavam.
Três. Eu descobri o que poderia fazer.
Quatro. Pena que eles perceberam.


*




Sim ela era especial. No momento que eu a vi, sabia que era predestinada. Seu movimento, o fato de notar nossa presença antes da Sibilação, era um fato assustador.
Depois de me aproximar, percebi que ela podia Controlar, coisa que muitos caçadores não podiam. Ela teria que ser um Mártir.
Ela teria que, como nós, se sacrificar. E ter essa vida infernal de escravo.
ela controlava como nenhum projeto-de-caçador-ou-mártir jamais fez antes de treinamento. E então ela começou:

Ela: O que vocês vão fazer comigo?
Eu: Não sei. está sendo um pouco diferente do que o protocolo de praxe. Geralmente Projetos-de-Caçadores não conseguem se infiltrar na mente de pessoas. E com certeza não na cabeça de um Mártir.
Ela: Nossa, entendi tudo.
Eu: Você não precisa entender. É só me seguir.
Ela: Tá bom, mas façam essa dor parar.
Acenei para Mórfenus e seu corpo parecia desfalecer. Ela relaxou profundamente. E enão abriu os olhos com firmeza.
Ela: Para onde vamos?


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Seres Murmurantes 2

Eu estava deitada no meio da multidão, e ninguém nem fazia menção de pisar em mim, parecia que aquela parte da rua nem existia. Enquanto isso, eles continuavam a murmurar, planos maléficos, demoníacos, todos destinados para mim. eu tinha de faze-los. e eu sabia que não poderia me livrar disso. fechei os olhos, e podia vê-los perfeitamente. e então muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Seres Murmurantes

Estava frio. Era só nisso que eu pensava. Enquanto andava pela cidade mal iluminada não prestava atenção em nada. Além do frio. Um frio anormal. Um pressentimento, com se esse fosse um frio causado por algo. Comecei a olhar em volta. Me sentia seguida. Parecia que sempre via alguém espreitando, pelo conto do meu olho. E estava terrivelmente escuro. Apesar da multidão estar gritando, suas vozes parecem murmúrios. E me sentia extremamente solitária. E ainda assim via os vultos pretos. Agora em muitos. Pareciam inconformados de que eu notasse suas presenças. Minhas pernas estavam moles. Tudo ao redor se dissipava. procurei em vão um banco. Foi aí que que aconteceu. Eles entraram na minha cabeça. E murmuravam sem parar. Eram números, coisas horríveis que poderiam acontecer. E eu soube que eles queriam que eu as fizesse. Desmaiei no meio da multidão.


To be continued...
Bom, esses dias eu briguei com a minha amiga, a Sil. Bom, a razão foi... bem, eu trapaceei em uma aposta. E por isso ela está com a unha azul. Uma cor que ela não aprecia muito... Mas como eu sempre digo. Os desonestos sempre serão desonestos. Ela deveria ter confiado que eu iria trapacear.
Bem, para eu me desculpar vou escrever uma historinha para ela. =D







*







Céu azul, estrelas e mais estrelas. Quanto mais olhava mais ainda as via. Estava azul como as minhas unhas. "Ridículo" pensava. Me virei na grama áspera. O que havia de fazer? Não me lembrava de nada. Não lembrava de ter vindo aqui, não lembrava de nada. olhei para a minha agenda. Nada. Sabia que havia algo há se fazer. "Foi sinistro quando acordei naquele hospital" pensava. O mais sinistro era que eu tinha conseguido fugir. Eu tinha escrito esse endereço no meu braço. Mais para que? Teria eu que fazer algo lá? Teria de descobrir.
Entrei na casa. Ela parecia bagunçada como a mente de um garoto. Cuecas jogadas por todo o lado, roupas debaixo das camas, restos de comida por todo o lado. Entrei em um quarto, e lá haviam partes de uma pequena carta, juntei-as, e tudo fez sentido.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sempre tem que ter uma esperança. Essa maldita esperança. É ela que faz muitos corações se partirem e muitos chorarem, como eu. Sempre que eu me prostrava na janela, para vê-lo passar, ou para olhar o céu pensando se ele algum dia ele pensaria em mim, era essa esperança que forçosamente me fazia perder esse tempo. Sim, há esperança. Existe uma chance em um milhão, e isso é uma esperança. é a mesma esperança que faz os jogadores de jogos de azar ficarem viciados, a esperança de um dia ganhar. É a mesma esperança que faz as pessoas se matarem. E te pergunto, a esperança é uma coisa boa? Sim, ela é. Você já se imaginou sem nenhuma perspectiva na vida? Sem um amor platônico, só pensando que iria morrer sozinha? Aí sim iria se matar, aí sim irai conseguir um vicío. Um conselho? Te dou dois. Um, passe protetor solar. O outro? Tenha esperanças, pois as desilusões fazem parte da vida.



Para a minha amga Aninha, tenha esperanças. deixe esse quase existir.


p.s.: não é a minha história acima, era só para dar um exemplo para a Aninha (em resposta de "momentos de reflexão") sim, aninha, EU leio o seu blog.

Abandonei-o

Estava tão quentinho ali. Sentada, neste lugar, poderia ficar para sempre. No meu quintal, nunca havia percebido tamanha beleza. Mathew havia se mostrado um grande cozinheiro, e seu chocolate quente era uma delícia. Agora, sentada do seu lado, enquanto ele contava histórias de terror, que eu percebia como aquele lugar era mágico. Ou parecia ser, quando eu estava com ele. Ao nosso redor, surgiam mais e mais vaga-lumes. Suas bundinhas verdes dançavam, era um pouco hilário.
Na manhã seguinte, quando acordei, o Sol estava nascendo, era ainda madrugada, mas me senti como se eu tivesse dormido o melhor sono do mundo. Olhei para o meu lado. Ele estava dormindo com a boca aberta, no que se parecia um sorriso. Uma pena. Ele não merecia esse fim.
Fiz o café, bebi um gole, e guardei o resto na garrafa térmica, um pouco suja do chocolate quente da noite anterior. Peguei o bilhete à muito escrito, e deixei ao lado. senti uma pequena gota quente me escorrer pela bochecha. Agora me sentia culpada. Disse para mim mesma "não olhe para trás"- foi inútil. olhei, e vi que ele estava acordando. Ainda estava um pouco cego pela luz, eu tinha que correr.
Teria de partir em uma hora. eu não conseguiria me despedir. E o deixei lá, sem saber como ele iria aceitar as minhas palavras temidas e borradas, muito rasuradas, procurando saber as palavras certas para dizer. Ele dizia preferir se matar a viver sem mim. Logo por quem iria se matar. Comecei a correr desesperadamente a chorar, o que causou espanto em várias pessosa que perguntavam se podiam ajudar. Mas eu só queria escapar desse sentimento. Do pensamento de que jamais iria vê-lo de novo. Nunca.
1]Acho que esta parte ficou confusa, se alguém ler isto, tente ajudar.
[2]Sim, é no mal sentido. Só alguém com a mente realmente poluída vai entender (exemplo: Eu).
[3]Chefão, em inglês. Achamos que fica legal, pois no jogo do Mario( e muitos outros) é assim que se chama o monstro final mais forte que devemos enfrentar.
[4]Não sei se deu para entender, mas Loucura é uma mulher.
[5]É uma sacada para pessoas inteligentes (exemplo: Catarina[isso é por parte da aninha, esse da "mais inteligente"]). (Os dois termos com o número 5 valem).
[6]Os Três. :D
[7]Quisemos chamar a Hora da Morte de Hora, mas não se se deu para entender muito bem. Novamente, ser alguém ler isto, esclareça dúvidas e dê sua opinião.
[8]Esse não é o nome do capítulo, é por que não tem nome mesmo. :P
[1]É uma coisa que os indianos falam par dramatizar. Pelo menos, segundo a Catarina. Ganges é um rio indiano.
[2]A aninha quis dizer quando as mulheres... hm.. você sabe, com o Anjo da Morte. Ei!, não olhe para mim.
[3]Nem sei se isso existe em outros países, mais vai ser problema deles e eles não souberem que décimo terceiro é uma "bonificação" de dinheiro.
[4]Dessa vez não é no mal sentido.
[5]Eu quis fazer assim para ficar parecido com o "d'a Toca" do Harry Potter.
Mais uma vez, se alguém ler de suas opiniões ai em comentários ou em qualquer outro lugar. Espero que tenham gostado.
Primeiro Capítulo: (Não tem nome ainda)[8]



Deus, seria capaz de me jogar do Ganges com uma pedra amarrada no pescoço.[1] Vou acabar no hospício com tantos Exageros. Meu trabalho me mata. Que dizer, mataria, se eu não fosse imortal.
Isso é que é o pior de tudo.
Não importa o quanto eu trabalhe, eu sei que irei acordar amanhã e terá mais trabalho. E eu nem posso me matar!
Ser um Anjo da Morte não é nada fácil.

*
30 de Fevereiro de 2009, na cama com meu gato Napoleão.
Olá. Eu sou você. Tudo bem? Espero que até ai já tenham criado uma roupa invisível.
Tá bom, eu sei que você não está entendendo, afinal acabou de acordar, não se lembra de nada. E tudo que encontrou em cima da cama foi este diário.
Este diário foi escrito por você, aliais, por mim, no passado, para esta hora em que você acordasse e não lembrasse de nada tivesse algumas respostas.
Eu sei que você está cheio de perguntas na cabeça (isso sempre acontece comigo, quer dizer, com você. Ah, conosco), então como eu sou você, sei que perguntas são, portanto vou respondê-las:[1]
a) Seu nome é Matthew.
b) Você (eu) é lindo.
c) Você tem infinitos anos (mas corpinho de 17).
d) O que aconteceu que você não se lembra de nada?
Você era um Anjo da Morte e "morreu".
Não se assuste com o nome "Anjo Da Morte". Eu não mato pessoas. Quer dizer, a não ser que elas me irritem.
Brincadeira (ou não).
Ah! E esqueça a foice. Isso mesmo. E nem pense na capa preta.
E não, não sou uma mulher. Não mesmo. Claro que não. Está duvidando da minha masculinidade?!
Tá bom, não tem jeito. Eu sei que você ainda imagina a Morte com aquela com a foice gigante.
Não querendo me gabar, eu também tenho uma foice gigante. Mas ela fica em outro lugar, mais hum... particular. [2]
Mas eu não uso essa foice para matar as pessoas (não que eu saiba, você sabe como as mulheres são, toda aquela euforia, um ataque no coração, ninguém sabe...). [2]
Na verdade, em meu trabalho eu salvo pessoas.
Mas, para explicar meu trabalho, vou primeiro te contar sobre o BigBoss. [3]
Ter Deus como chefe, até que não é ruim. O salário não é lá grande coisa, mas a imortalidade e o décimo terceiro [3] compensam.
Bom, meu chefe, lá no começo, era um cara tranquilo, você sabe.
Já ouviu a história de Adão e Eva? Você sabe, aquela dos caras pelados. Então, tudo começou com aquela cobrinha[4], que fez a Eva morder o fruto proibido.
Para puni-los, ele virou papai. Isso mesmo, pois virando papai, ele criou a morte.
Ele teve os trigêmios mais diferentes do mundo, também chamados de Os Três: Enfermo, Loucura, e Destino. Juntos, são as Causas de Morte.
Enfermo, cuida das mortes por doenças, como cancêr (o orgulho do papai Enfermo, o cancêr. Oh que "cuti cuti", causador de tantas mortes que dá até vontade de apertar)[5], AIDS e parasitas, todas essas coisas.
Para Loucura[4] ( que é um pitel, mas não posso me envolver com as filhas do chefe), Ele designou as mortes por suicídio, crimes bárbaros, tudo aquilo que a pessoa tem de ser muito maluca para tentar.
E meu preferido ( eu sei que você esta prevendo isso agora, tá?!)[5]o Destino. Ele cuida de todo o resto, desde acidentes aéreos, até um vaso caído na cabeça. E é cujo os anjos me dão mais trabalho.
Sim, cada um d'Os Três[5] tem um exército de anjos, para cuidar das mortes.
É isso que dá ter um chefe mulherengo.
Porque como Deus tem seus anjos, Os Três também tem. Mão é que eles sejam maus, é o ciclo natural da vida.
A criança nasce. Um anjo da guarda é designado para cuidar dela. O anjo da guarda vai driblando os anjos dos Pestinhas de Deus[6], que tentam levar se protegido antes da Hora[7] . Até que o anjo da guarda sente que está na hora de seu protegido passar desta para a melhor. O anjo percebe que irá se despedir do humano, por doisjeitos, chamado "sintomas". O primeiro Sintoma é que o anjo e o humano tem uma corrente, uma linha que os une, e que próxima a morte começa a se romper, para que quando estiver na Hora, eles possam se separar e para que apenas o humano seja levado pelo anjo de um d'Os Três, e que o anjo da guarda possa cuidar então de outro humano. Até ai, tudo bem?
O outro Sintoma de que é a Hora de seu protegido partir é que o humano é "tocado" por um anjo do Causador da Morte. Se um humano for "tocado" por um anjo de Enfermo, uma marca de lua surgirá em sua testa. Por um anjo de Loucura, irá aparecer uma marca de um sol. E por Destino, uma estrela.
Portanto, o anjo da guarda sente os Sintomas, eles acontecem, o humano é levado por um anjo d'Os Três e o anjo da guarda parte para proteger outro, certo?
Errado.
E é ai que eu entro.
(Fim do Primeiro Capítulo versão Um)